Curso Celta e uma lição de humildade

 Durante o mês de Abril  estive fazendo um curso que me dá uma certificação reconhecida aqui na Europa, para ser professora de Inglês como segunda língua. Não foi uma coisa fácil já vou logo  dizendo. Talvez difícil seja ainda uma palavra fraca pra descrever toda essa experiência. Mas também foi muito bom, estar nesse lugar novo, de aprender, de ter essa experiência ainda em outro país, foi um privilégio.

Conheci pessoas muito legais, e foi bom ver que eu não era a única a sofrer com todos os trabalhos, planejamentos de aulas e observações. Foram quatro semanas bem intensas sendo que já no primeiro dia tivemos que dar aula. A melhor parte eu diria que foram os alunos, tão engajados e interessados em aprender, já que a maioria deles são refugiados e precisam aprender Inglês o quanto antes. Meus colegas de classe também foram como a cereja do bolo, não houve um ambiente de competição, de inimizade, muito pelo controle, foi um ajudando o outro, consolando o choro porque a pressão foi intensa, e essa foi a maior lição que eu pude aprender: ser humilde em pedir ajuda e entender que ás vezes somos nós quem sofremos, que falhamos, que temos dificuldade. Pois ninguém é bom em tudo e nem muito menos o melhor na primeira tentativa. 

E foi assim, na penúltima e última semana do curso que mais tive dificuldade, que mais chorei,  que meu computador quebrou e que  reprovei em um dos trabalhos, recebi um feedback bem duro, pensei: não sirvo pra isso, vou desistir, onde eu estava com a cabeça pra inventar tudo isso? Mas respirei fundo, e entendi depois de muitas conversas com minha melhor amiga, namorado, amigos, meus pais e com o  pessoal do curso que  entendi que o fato de eu estar tendo dificuldade não me fazia menos qualificada, talvez eu não seja ainda a melhor, mas também não sou a pior, foi muito chão que caminhei pra chegar até aqui, e como Gideon bem disse: eu só conseguiria controlar o meu empenho, o quanto de mim eu daria e se ainda assim no final eu não passasse, poderia chorar sabendo que fiz o meu melhor. 

E graças a Deus depois de muito estresse, passei, finalizei o curso e  acredito que a última semana foi a que mais adquiri conhecimento, e não digo só das técnicas para ser uma boa professora, mas da humildade que nos leva longe em reconhecer que também preciso de ajuda, que ninguém começa sendo o melhor, e que às vezes o que está ao nosso alcance é dar o nosso máximo  e continuar tentando. Se for pro sucesso maravilha, se for pra falhar, está tudo bem, pelo menos a gente tentou.

E mais uma vez pude vivenciar o que a palavra diz: que melhor é o fim das coisas do que o início delas. E foi assim mais uma vez. Pois Deus não muda e tudo pode passar mas a palavra do Senhor permanece para sempre.

 

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