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Entre o partir e o ficar



Há tempo de ficar e tempo de partir. Ir embora e voltar. 
Foi assim que entendi o meu processo de voltar de missões. No início eu senti como se tivesse dado uma lambida no Pirulito e que alguém o tivesse pegado e me deixado na vontade. Soou feio isso. É uma metáfora. Espero que tenha entendido.
Não? Ok vou explicar. Era como se tivesse me deliciado com algo novo, maravilhoso, que sempre quis e que não sabia que sempre havia desejado. Como poderia querer algo que não sabia que queria? Sempre esteve aqui no fundo. Uma vontade. Um anseio maior que meu peito. E quando voltei pra casa senti como se tivesse perdido tudo. Como se fosse um vislumbre do que eu sempre quis viver. Do que sei que vai colorir a paisagem dos meus futuros dias.
Daí lembrei, melhor, fui lembrada de que essa obra será completada. É uma promessa. Aquele que começou a boa obra há de completá - La. 
Há um tempo certo. Entre o ir e o chegar, há o ficar. Não entenda como um tempo apático. Mórbido. Sem alegria. Ou propósito. Também não é perda de tempo. É o inverso. Talvez seja o mais importante. O que dará sentido ao ir.
Ficar é entender que por agora, estou onde deveria estar. Quando tiver de ir, saberei. Foi o que o dono da obra me disse.
Enriquecer o hoje. O aqui,  e o agora. Essas pessoas daqui. Fazer valer a pena e entender o motivo de ir. 
Meu senso de revolução é o cerne da minha missão. Se isso está comigo quase que no meu âmago, então onde estou, está a missão. 
Por enquanto. Os outros passos serão revelados. Basta a cada dia o seu próprio mal. 

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