Pular para o conteúdo principal

Uma lição sobre dinheiro

Sei que falar sobre dinheiro, e um assunto delicado, pra mim, muito. Mas recentemente vivi um acontecimento que me fez querer compartilhar uma lição. Esse ano depois que renovei o visto e comecei a trabalhar pra igreja recebendo um salário, muita coisa mudou, inclusive o fato de que eu teria que pagar aluguel, no início fiquei bem receosa e triste, porque pensava: poxa, dessa vez eu vou receber um salário, quero fazer x e y e guardar dinheiro pra z, mas tudo não aconteceu do jeito que queria, o que não e novidade na vida de ninguém.

Estava segurando forte o dinheiro com minhas próprias mãos. Resumindo a história: encontrei uma casa pra pagar um aluguel mais barato e que ficasse mais perto do meu trabalho, tudo muito lindo nos meus planos, mas no dia da mudança, tive uma surpresa desagradável: a casa estava numa situação suja e feia, fedendo a cigarro, sem trancas nas portas, sem segurança e sem vida, e eu? Chorei, bem ali sentada na cama. Ainda bem que quando coisas ruins acontecem, Deus sempre tem seu jeito de nos ajudar, e eu não estava sozinha, tive o amparo de duas colegas da igreja, que me ajudaram, me levaram pra casa de uma delas, me deram um teto pra noite e um carinho quentinho. No outro dia eu pude resolver tudo. Encontrei outro lugar pra morar, e essa semana mudei-me para o local novo. O que também foi uma provisão de Deus da forma como aconteceu. Fora a casa que morei de forma provisoria com uma irma da igreja, que alegremente me recebeu por mais de um mês.

O ponto a que quero chegar e: precisei passar por toda essa experiencia ruim pra entender que o dinheiro precisa me servir, e não o contrário. Tudo bem que as coisas vão ficar apertadas agora de forma financeira, mas nada ha de faltar porque quem cuida de mim, de nos, e o Senhor. Mas tenho um teto sobre minha cabeça, numa boa localização, com pessoas confiáveis, e sabendo que e o suor do meu trabalho que tem providenciado isso. E a fonte primaria de todas essas coisas e o Senhor, que nos da forca, trabalho, e tudo o que precisamos.

E durante essa semana caótica em que vivi tudo isso, li uma frase que alguém que sigo no Instagram compartilhou que me balançou e atravessou, a frase dizia mais ou menos assim: cuidado com aquilo que seus dedos têm segurado muito forte, porque vai doer quando Deus abri-los. E isso me remeteu ao fato de que quantas vezes eu tenho feito do dinheiro um ídolo? Pensando que minha segurança e amparo vem dele ao invés do Senhor? Servindo ao dinheiro ao invés do dinheiro me servir?

Ainda estou nessa caminhada de não permitir que o dinheiro me governa, seja a falta dele ou o excesso, ou ate mesmo a busca. Preciso mudar algumas crenças limitantes sobre finanças e procurar viver o melhor, tendo boas coisas e podendo viver boas experiencias, e também ajudar outras pessoas, porque o dinheiro tem que servir pra isso, se não de nada vale. Fica aqui a reflexão, espero que esse texto fale com você como falou ao meu coração. Um abraco apertado!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rute e Ester, mulheres que viveram por um propósito

 Olá amigos, não sou muito de compartilhar as meditações que faço ou leituras bíblicas e achei isso um desperdício, então hoje estou aqui escrevendo as meditações e coisas que aprendi com a leitura dos livros de Rute e Ester. Gosto muito de ler as histórias das mulheres na Bíblia, de onde vieram, o que fizeram, como viveram e como sempre houve espaço para elas nas sagradas escrituras quando Deus é/foi o Senhor de suas vidas.  Antes de prosseguirmos gostaria de explicar as categorias ou questões que procurei responder com a leitura dos livros, que foram dividas em: Contexto, propósito do livro, temas e as aplicações/lições que aprendi. Minha Bíblia é a de estudos da mulher então para cada novo livro há uma folha de introdução respondendo todas as questões sobre o livro em si. Vamos lá? Rute: Contexto: Começa e termina em Belém, na cidade de Moabe (terra que se originou pelo incesto entre Ló e sua filha mais velha). Propósito: Relacionamento quotidiano de uma família comum....

Sobre ser mediano, ócio e a espera no escuro

Estive pensando recentemente o quanto não somos preparados para sermos medianos, normais, diria até que ordinários, no sentido de ser comum. Hoje em dia queremos ser vistos, ouvidos, ter uma rede social que bombe de engajamento, ou simplesmente nos disseram que a gente tinha que ser o melhor, ir além da medida, trabalhar tanto, e não é a toa que estamos lutando com tantas doenças no âmbito psicológico/ emocional hoje em dia. E me vi pensando isso sobre mim. Porque preciso sempre pensar que algo muito grande vai acontecer na minha vida? Que Deus tem uma GRANDE OBRA (coloquei em caixa alta para dar enfâse) para realizar? E essa obra está sempre pra se realizar, quando na verdade toda essa coisa grande é feita de tantas outras tão pequenas, como li uma vez no livro da Anne de Green Gables. Na verdade essa grande obra está acontecendo todo dia, no percurso, na vida que é vivida e feita de instantes.  E não me entenda mal, não estou querendo dizer que não devemos fazer ou querer o melho...

É dentro dos relacionamentos que a vida acontece

As duas maiores lições que tenho aprendido ao longo desses dois anos aqui em Belfast, na Irlanda do Norte, tem a ver com pessoas; hospitalidade e relacionamentos. Tudo bem que as duas coisas estão interligadas, mas nem sempre é óbvio. Só pode existir relacionamento se houver mais de uma pessoa envolvida, e só pode haver hospitalidade se existirem um anfitrião e um hóspede.  Ao longo desses dois anos e acredito que bem antes disso, tenho me percebido tornar-me uma pessoa menos extrovertida, mais reservada ainda e mais seletiva, introvertida, mas ainda assim amo estar com as pessoas, mesmo que depois tenha que descansar em silêncio e sozinha, no fim também me recarrego estando ao lado das pessoas. E refletindo hoje sobre isso, entendi que a vida acontece dentro dos relacionamentos, sejam eles quais forem. Pois é no relacionamento com o outro que somos moldados, exortados, animados, amados e confrontados, e é bom que seja assim. Deus nos livre de uma vida sozinha, centrada no eu. Que ...