Uma fé firme, René Descartes e páscoa

 


     Sempre acho muito lindo quando ouço alguém dizer de outro alguém “Ah, fulano é um homem/mulher de fé” e pensei bastante sobre isso essa última semana. Porque eu quero ser alguém que possa ser considerada uma mulher de fé, que quando pensarem em mim possam logo se remeter á uma fé bonita e firme, que é admirável. Que é o primeiro traço importante, o comentário indispensável sobre. Mais do que ser legal e inteligente, quero ser uma mulher de fé.

   Talvez tenha gastado tempo demais pensando nisso porque me questionei sobre o porquê creio no que creio, porquê faço o que faço e vivo como vivo. Sabe quando você precisa de consciência? Quando você sonda seu coração e tem mais consciência sobre as coisas? Pois é. Foi algo assim. E parei para refletir sério nisso. Até chorei. Porque eu quero crer. Porque não há como viver essa vida aqui sem crer em alguma coisa. Me recuso a acreditar que estou viva por razão nenhuma e que um dia virarei poeira cósmica no universo. Recuso-me. Não quero ter uma fé assim. E não é porque acho que sou importante demais ou aquele medo doido de ser esquecida, não é nada disso. É que a vida é um milagre! Não há como eu achar que o mundo existe por razão nenhuma e que quando morrermos, era só isso.

    A verdade é que todo mundo crê em alguma coisa, e a forma como vivemos nossa vida, tomamos nossas decisões, revelam muito do que a gente crê e se a gente de fato, crê. E desejo que minha fé denuncie em quem eu creio. Pois bem. Eu creio em uma pessoa. O Deus que eu acredito (o único verdadeiro) é uma pessoa, não um ser que paira sobre o universo e que sabe e usa contra nós todos os nossos segredos. Mas uma pessoa real com quem posso me relacionar, posso ouvi-lo falar comigo, me ensinando todas as coisas que ninguém mais poderia. Que livro nenhum sabe, que a pessoa mais inteligente e mais criativa não consegue entender ou explicar. Ele é uma pessoa. Que está se revelando a todo momento. Que está cuidando de todas as coisas com uma ordem impecável. Que enviou seu único filho (e ainda assim, ele mesmo) pra morrer por mim. Para me salvar de mim mesma e do meu perverso coração. Para me mostrar um caminho excelente. Para me ensinar todas as coisas.  

    Eu creio em um Deus que é e era e que há de vir. Em quem eu posso confiar meu segredos, medos, crises porque estou segura em seu amor. Porque Ele me ensina tudo o que preciso saber. Ele me guia pelos caminhos da vida e me leva a ler Sua palavra para formar e firmar minha fé, Ele me ajuda a entender o porquê eu creio no que creio, para onde estou caminhando e que com Ele tudo vale a pena. Não estou enganada. Ele não tem feito e sido isso só pra mim, há mais de dois mil anos Ele existe (porque ele sempre foi) tem se revelado, tem mudado a história de tanta gente. Feito tantos milagres. E ao nos convidar a caminhar com Ele, como fez com os discípulos, ele se revela a nós, e à medida que a gente se relaciona com ele vamos crescendo em fé. Vamos vivendo milagres. Vamos percebendo ele em todas as entrelinhas. E sendo assegurados de que um dia nós O conheceremos como Ele nos conhece. Espero por esse dia. Anseio por conhecê-lo, Vê-lo como ele é e conhecê-lo como ele me conhece.  

   Nessa páscoa em que vemos tantas postagens sobre a vida, morte e ressurreição de Jesus, quero que a gente possa refletir no porquê cremos no que cremos e se realmente cremos. Já que sem fé é impossível agradar ao Senhor e tudo que não provém da fé é pecado, e lembrando que somos convidados a viver pela fé, quero te convidar a refletir e orar por uma fé firme, forte, crescente e bonita. Dessas que um dia poderemos ouvir sobre nós: “Ah, a Mariana? É uma mulher de fé”. Não que esse seja o meu objetivo, é só para ligar o primeiro parágrafo ao desfecho desse texto. Brincadeira. Mas eu quero sim crescer em fé. E para essa páscoa oro para que a ressurreição de Jesus desperte em mim uma fé maior. Que crê mesmo sem ver. Mesmo sem ter todas as respostas ou garantias, porque não há garantias. A fé meu caro amigo, não se explica. Se vive. Ou se tem fé ou não se tem. É simples. É lógico. E é lógico que eu quero crer no meu Senhor. Ele que é o Autor e consumador da minha fé, porque sem Ele eu não poderia crer.  

     Pensei muito em René Descartes também e em toda sua agonia até chegar à conclusão de que ele pensa e é por isso que ele existe, pois senti algo semelhante. Uma inquietação na alma. Então parafraseando René: Creio, logo, existo!

Textos para meditação:

Hebreus 11- Todo o capítulo.

Marcos 9:24

Atos 17:16-31

Que Deus te abençoe. Feliz páscoa!

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