O tempo é uma coisa estranha, às vezes passa depressa, outras vezes se arrasta, e quase sempre escorre entre nossos dedos. Completei sete meses de Irlanda do Norte dia 13 e me peguei pensando "uau, sete meses já" o que parece tanto e ao mesmo tempo nem tanto assim, mas posso afirmar que tem sido intenso, maravilhoso, difícil e bom ao mesmo tempo, tanto que nem sei colocar em porcentagem o tanto de quê.
Diria que a melhor coisa tem sido as pessoas, conhecer, sair, caminhar, comer junto. Rir até a barriga doer, conversas assuntos profundos, contar piada ou pregar e orar juntos, sem dúvidas essa é a melhor parte da missão não é o lugar em si, a comida ou as facilidades, são as pessoas que fazem esse lugar. Sou tão grata pelos amigos que tenho feito, pelas pessoas que estão compartilhando da mesma experiência comigo, de cada dia que uma família da minha igreja me levou pra sair, me convidou para uma refeição ou simplesmente se preocupou em me perguntar sobre como tem sido pra mim estar aqui e lidar com o frio, as diferenças culturais, a língua. Quão precioso é ver as crianças e adolescentes entendendo mais de Deus, orando, se debruçando sobre a vida de Jesus.
Sou grata pela igreja brasileira que tem me abraçado e servido de maneiras que só dizer obrigada é insuficiente, pelos meus amigos do pais, por podermos estar sempre juntos e fazendo coisas juntos também. Sou grata pela rotina e por todos os momentos que pensei que não ia conseguir mas no fim deu tudo certo, seja para uma tarefa, uma missão do mês ou até mesmo lidar com a saudade. São muitas coisas. Se pudesse escolher quais foram os melhores momentos desse termo desde que voltei da Escócia (eles dividem o tempo aqui em trimestre) seria do dia que fui no Giant's causeway que é um dos pontos turísticos daqui, ver as meninas que lideramos em um dos programas da igreja se apresentarem num evento beneficente, as aulas de português que dei para as crianças, um dia em que explicamos para as meninas que lideramos desse programa que se chama Squad goals, o que a igreja já faz pra ajudar as pessoas da comunidade e como uma parcela de comida pode durar até uma semana e ajudar bastante, e vê-las se preocupar em trazer doações na semana seguinte a palavra que demos explicando, o dia que preguei na igreja mesmo nervosa e com vontade de desistir e receber tanto apoio e carinho. Do dia que fizemos um evangelismo em uma outra cidade. Quando Kazi (minha amiga da equipe) e eu fomos jantar na casa de uma amiga que fizemos e conhecemos sua família que já morou na Romênia, da semana da páscoa que foi muito corrida e intensa mais muito boa, do dia que patinei no gelo pela primeira vez e de todos os nossos encontros com as garotas que estamos discipulando. Enfim... são muitas coisas mesmo. Essa última semana também foi bem legal, visitei uma cidade onde ficam as casas mais antigas de Belfast e celebrar o aniversário da minha amiga Júlia coma igreja brasileira.
O que mais poderia dizer? Faltam-me memória pra todas as conversas intensas e profundas com a Kazi, quando assistimos filmes juntas, ou ela simplesmente grava vídeos meu fazendo algo muito besta ou engraçado, do quanto eu acho graça do fato dos caras daqui serem carecas, de ter ensinado todo mundo a falar essa palavra unida a falsiane, fofinho, ai que gato e tantas outras... Da família do meu pastor brasileiro daqui nos convidar pra comer do nosso tempero ou simplesmente conversar e orar conosco (minhas amigas brasileiras e eu). Da minha igreja local, de cada culto em que algo especial acontece e que a gente pode sentir a presença de Deus tão real e intensa. De jantar com a minha host família (família que me hospeda) e falar com orgulho do Brasil, rir do meu pastor Irlandês quando ele faz graça de mim e ri do meu jeitinho esquisito. É, o tempo é realmente uma coisa estranha. Olhando pra tudo isso parece uma vida já, mas na realidade foram só sete meses. E que sete meses.
Deus é bom. E ainda que eu duvide do porquê estou aqui e tenha vontade de ir embora quando as coisas ficam difíceis, tem sido um tempo maravilhoso. Obrigada por me acompanhar aqui em toda essa jornada, continue orando por mim e por nós, ainda temos muitas coisas pra viver. E como a palavra diz, melhor é o fim das coisas do que o início delas. Espero que esse final do meu ano com o Pais (organização que sirvo e que me trouxe até aqui) seja melhor do que o começo. Vamos juntos!
Ah, me segue no instagram vai: @marianizes. Te vejo lá :)
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