Padrões
Padrões. Estabelecimento de regras. Todos querem ser
aceitos, amados. Alguns sentem tanto medo de mostrarem quem realmente são que
se escondem por trás de máscaras chamadas adequações.
Pensei isso lendo um texto de um blog que acompanho há
muitos anos, e a escritora do post estava contando sobre sua experiência de
transição capilar. E o quanto foi difícil para ela se aceitar e todas essas
coisas. Lembrei-me de mim e da minha saga com o meu cabelo- porque na época em
que li isso estava pensando em fazer uma progressiva- quando criança ele era
bem lisinho mesmo, ao ponto de grampos soltarem com enorme facilidade. E quando
fiquei mocinha ele começou a enrolar e eu nunca soube como lidar com ele
daquele novo jeito, além de lidar com o que os outros diziam sobre ele ter
ficado enrolado, ou “incriqueado” como alguns brincaram.
Então, me indaguei: Será que eu também preciso passar por
uma transição? Assumir meus cachos para então me aceitar? Será que amor próprio
e aceitação têm mesmo a ver com isso? E percebi que por uma parte sim, mas que
não querer ter o cabelo enrolado, por não gostar ou não saber cuidar e
preferi-lo liso também faz parte da minha aceitação pessoal, é sobre eu me
sentir bem e mais bonita com o cabelo liso, não porque alguém impôs isso a mim,
mas por me conhecer e entender que me aceitar é querê-lo assim.
Sendo assim, fiz a progressiva. Ainda não sei bem o
resultado porque não cheguei a lavar o cabelo, mas me senti muito bem fazendo.
E o que eu quero dizer com isso tudo é que os padrões estão tão estabelecidos
que a gente sai de um para entrar em outro. Libertamo-nos de prisões e logo nos
vemos inertes em outras.
Isso faz tanto sentido para mim. Porque estabelecemos
regras, o que é moda? O que é beleza? Se existe o diverso, o diferente, o novo.
Porque nos limitamos tanto? Jesus pagou um preço MUITO CARO por nossa
liberdade, que começa e acaba também nele. Porque então nos contentamos com
essas coisas?
Não estou dizendo que a gente tem que viver fora dos
padrões, até porque isso também é um limite, uma regra, um estabelecimento. É
justamente sobre ser livre para ser o que quer, ter o cabelo liso, enrolado.
Usar roupas da moda, ou só preto.
Sabe o que me lembra de tudo isso? Paulo em sua carta aos
gálatas. Ele diz em determinado ponto dela, que esse povo estava crucificando
Jesus de novo voltando aos antigos rudimentos pelos quais eles foram livres por
Cristo. E não tem nada a ver com LIBERTINAGEM. Liberdade também tem a ver com limite.
Somos livres para entender que ela tem um limite, e esse limite é o Senhor quem
coloca. Se é que dá para entender. Somos livres de tudo, de nós mesmos e de
todas as prisões por Jesus, e nos tornamos prisioneiros da graça. Mas
prisioneiros de uma graça que nos torna LIVRES!
Você e eu somos livres para nos adequarmos aos padrões,
ou não. Para sermos como o esperado, ou para sermos diferentes.
Excelente texto, como sempre!
ResponderExcluirGrata por emprestar um pouco da sua experiência.
Ler sobre padrões me fez recordar de um livro que li recentemente chamado: a coragem de ser imperfeito de Brené Brown. Ela descreve belamente essa questão dos padrões, levando-nos a tornar consciência de que ser vulnerável tem mais vantagem do que o oposto.
Grande abraço, Mari. 😘
É isso Jack! Há mais vantagem em ser vulnerável. Obrigadaaa, Beijo.
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