Trabalho voluntário
Faz quatro semanas que
oficialmente comecei a fazer trabalhos voluntários. Em dois lugares: Uma ONG
missionária a Jocum, e em um centro comunitário em um projeto de alfabetização
de idoso. Pensei algumas coisas sentadas na janela do ônibus indo para esses
lugares e decidi escrever esse post (sempre curto falar um pouquinho sobre como
os textos foram criados).
Não sou alguém incrível e
digna de admiração porque faço trabalho voluntário. Acredito que todo mundo do
mundo tinha que ter essa experiência por trás das cortinas, sem foto, sem
vídeo, sem expor. Soa irônico dizer isso porque estou fazendo exatamente o que
disse. Mas é mais pra conscientizar e desmitificar essa coisa toda que as
pessoas acham que é.
Não vai ter ninguém pra bater
palma pelo seu feito, ou bater nas suas costas com aquele well done. Por que no
fim das contas é meio que uma obrigação, mesmo não sendo, mesmo existindo
pessoas que estão alheias a servir o próximo. Digo obrigação por que nesse
mundo em que a gente vive de pessoas egoístas e individualistas, fazer algo que
não seja para si mesmo não é coisa que vemos a rodo por aí. É admirável sim,
mas não dessa forma que os outros colocam.
É meio que uma obrigação por
gerar em nós e nos dar mais do que a gente acaba fazendo. Parar de fazer coisas
para si mesmo e focar nos nossos problemas e sonhos pessoais, não que seja
errado temos que batalhar pelo nosso mesmo, mas nesse caminho a gente encontra um
tempinho. Podemos fazer um esforcinho.
Nem tudo são flores, há
muito ingratidão por aí. Mas é belo porque desperta em nós um olhar para o
outro. Olhar para nossas mãos e fazer com que entendamos que temos um pouquinho
que o outro não tem, e que podemos compartilhar. Ensinar. Plantar umas pequenas
sementes na vida dos outros. Que acabam nem sendo tão outros assim.
Talvez quem já esteja nessa
vida de trabalho voluntário a mais tempo do que eu ria da minha alma poética de
tentar encontrar o belo e poesia em tudo. Mas é assim que me sinto. Mas o que é
que eu sei? Só faz quatro semanas.
Quatro semanas que meus
olhos foram além do meu umbigo, quatro semanas em que saí da mina casa e senti
que pude acrescentar algo na vida do outro, pude revolucionar alguma vida de um
jeitinho miúdo, mas que faz o meu coração aquecer. Estou ganhando muito. Moldando
meu lado humano e cidadão longe das garras do individualismo e competição.
Espero que eu possa te
inspirar a procurar fazer algum trabalho voluntário por aí também.
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