Pular para o conteúdo principal

Rute e Ester, mulheres que viveram por um propósito



 Olá amigos, não sou muito de compartilhar as meditações que faço ou leituras bíblicas e achei isso um desperdício, então hoje estou aqui escrevendo as meditações e coisas que aprendi com a leitura dos livros de Rute e Ester. Gosto muito de ler as histórias das mulheres na Bíblia, de onde vieram, o que fizeram, como viveram e como sempre houve espaço para elas nas sagradas escrituras quando Deus é/foi o Senhor de suas vidas. 

Antes de prosseguirmos gostaria de explicar as categorias ou questões que procurei responder com a leitura dos livros, que foram dividas em: Contexto, propósito do livro, temas e as aplicações/lições que aprendi. Minha Bíblia é a de estudos da mulher então para cada novo livro há uma folha de introdução respondendo todas as questões sobre o livro em si. Vamos lá?

Rute:

Contexto: Começa e termina em Belém, na cidade de Moabe (terra que se originou pelo incesto entre Ló e sua filha mais velha).

Propósito: Relacionamento quotidiano de uma família comum. 

Temas: Providência divina, compromisso no relacionamento, amizade entre mulheres, amor romântico, redenção e reconciliação. 

Ester:

Contexto: A história se passa na cidadela de Susã, um importante centro político em que hoje se encontra a fronteira do Irã com o Iraque. 

Propósito: A história se assemelha a José em relação a corte egípcia e Daniel na corte babilônica, por mostrar um judeu que foi livre da morte chegando a cargos elevados no governo pagão.

Temas: O poder soberano de Deus, relação com os inimigos, a origem do feriado Purim e o destino do povo escolhido de Deus. 

Breve resumo:

Rute foi uma mulher que após a morte do sogro e do marido decide servir Noemi, sua sogra,  com sua vida seguindo-a para onde ela foi,  no caso, Belém. Após chegarem lá Noemi se tornou uma mulher amarga pelas perdas que sofrera e até chegou a dizer que gostaria de ser chamada Mara (amarga) por tudo que lhe havia acontecido. Naquela época existia um costume que se originou na lei do levirato onde um parente próximo se comprometia a casar com a viúva e cumprir a função de resgatador, dando continuidade a descendência deste. No livro, Rute acaba por encontrar com Boaz que era o parente mais próximo e após o comando de Noemi, compartilha sua história com ele e este acaba cumprindo com a função de resgatador, casando-se com Rute e dando-lhe um filho, Jessé, que é o avô do Rei Davi. Sendo Rute uma das mulheres que aparecem na genealogia de Jesus. Rute com sua disposição em servir sua sogra e permanecer diante de todas as circunstâncias tinha um bom testemunho que a precedia e acaba sendo considerada muito melhor do que sete filhos para Noemi.  

Ester foi uma jovem órfã criada pelo seu tio Mordecai que viveu na província de Susã e acabou se tornando rainha no lugar de Vasti, após esta se recusar a comparecer à presença do rei Assuero. Era judia e obediente ao seu tio, encontrou favor diante do rei e dos homens por sua beleza. Seu tio era odiado por Hamã, o inimigo dos judeus, um homem que tinha um cargo importante na corte do rei e por odiar Mordecai por sua falta de "reverência" trama não só matá-lo como a todo o seu povo, os judeus. Ester então acaba por ter um papel fundamental em salvar o povo judeu da aniquilação, obedecendo Mordecai e entendendo que talvez por ser judia e rainha, poderia ter sido a causa de ter conseguido elevada posição. O livro acaba com a vitória dos judeus sobre os inimigos e uma curiosidade: O livro de Ester é o único em que não consta o nome de Deus. 

O que aprendo com as duas histórias:

-Ambas passaram por perdas significativas de parentes mas esse histórico de dor não as impediram de viver o propósito.

- Tanto Ester quanto Rute tinham um bom testemunho que as precediam; Rute pelo cuidado e serviço com sua sogra e Ester por sempre alcançar o favor diante dos homens.

-Foram fiéis e obedientes em relação as suas lideranças.

- Dispostas a obedecer.

-Não tiveram medo ou receio de se tornarem coadjuvantes em suas próprias histórias. 

- Viveram por algo maior do que elas mesmas. Viveram por um propósito.


Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Sobre ser mediano, ócio e a espera no escuro

Estive pensando recentemente o quanto não somos preparados para sermos medianos, normais, diria até que ordinários, no sentido de ser comum. Hoje em dia queremos ser vistos, ouvidos, ter uma rede social que bombe de engajamento, ou simplesmente nos disseram que a gente tinha que ser o melhor, ir além da medida, trabalhar tanto, e não é a toa que estamos lutando com tantas doenças no âmbito psicológico/ emocional hoje em dia. E me vi pensando isso sobre mim. Porque preciso sempre pensar que algo muito grande vai acontecer na minha vida? Que Deus tem uma GRANDE OBRA (coloquei em caixa alta para dar enfâse) para realizar? E essa obra está sempre pra se realizar, quando na verdade toda essa coisa grande é feita de tantas outras tão pequenas, como li uma vez no livro da Anne de Green Gables. Na verdade essa grande obra está acontecendo todo dia, no percurso, na vida que é vivida e feita de instantes.  E não me entenda mal, não estou querendo dizer que não devemos fazer ou querer o melho...

É dentro dos relacionamentos que a vida acontece

As duas maiores lições que tenho aprendido ao longo desses dois anos aqui em Belfast, na Irlanda do Norte, tem a ver com pessoas; hospitalidade e relacionamentos. Tudo bem que as duas coisas estão interligadas, mas nem sempre é óbvio. Só pode existir relacionamento se houver mais de uma pessoa envolvida, e só pode haver hospitalidade se existirem um anfitrião e um hóspede.  Ao longo desses dois anos e acredito que bem antes disso, tenho me percebido tornar-me uma pessoa menos extrovertida, mais reservada ainda e mais seletiva, introvertida, mas ainda assim amo estar com as pessoas, mesmo que depois tenha que descansar em silêncio e sozinha, no fim também me recarrego estando ao lado das pessoas. E refletindo hoje sobre isso, entendi que a vida acontece dentro dos relacionamentos, sejam eles quais forem. Pois é no relacionamento com o outro que somos moldados, exortados, animados, amados e confrontados, e é bom que seja assim. Deus nos livre de uma vida sozinha, centrada no eu. Que ...