É muito doido como essa era da internet nos faz acreditar que a grama do vizinho é mais verde, que tudo acontece mais rápido na vida dos outros do que na nossa. Oh, quanto engano. E nem preciso dizer que já fui escrava disso, né? Pois bem, hoje eu quero testemunhar a jornada que foi chegar aqui na Irlanda do Norte.
Tá, tudo bem, não vou contar tim-tim por tim-tim pois nesse link aqui (https://express.adobe.com/page/5YGOHXhIca3RO/) conto como aconteceu tudo, como foi o sim, o que vim fazer e tudo mais e se você me segue no instagram vai ver ainda mais. Mas quero compartilhar como foi a batalha pra chegar (estou escrevendo esse texto antes mesmo de chegar lá #mulher de fé) é porque eu acredito na força do testemunho. A gente precisa voltar a testemunhar. A contar e cantar as maravilhas de Deus em nossas vidas.
Os milagres já começaram depois do sim, porque eu nem estava mais acreditando que um dia eu iria pra fora do Brasil e ainda mais fazendo missões, que loucura! O primeiro milagre já foi esse. Nem preciso contar a batalha que foi pra segurar o coração entre equilibrar as expectativas mas ao mesmo tempo curtir o processo, curtir o sim que finalmente tinha chegado. Mas como a vida do crente não é fácil, já tive um impasse que foi o dinheiro do visto, precisava levantar mais de cinco mil reais só para a burocracia, e foi difícil crer que iria conseguir, fui fazendo informativo, dando passos de fé, deixando a ficha cair de que não iria acontecer, já estava acontecendo. E fui indo, compartilhei o primeiro informativo com algumas pessoas, das quais achava que iriam me ajudar e tudo o mais, mas como a oferta sempre vem de lugares inesperados, chegando o momento próximo de dar entrada no processo, recebi duas ofertas, de uma amiga querida que também é uma intercessora e uma pessoa que nem está mais no Brasil. Duas ofertas cobriram o valor do visto! É pra aplaudir de pé igreja, fiquei grata e feliz e constrangida e nem sabia o que dizer quando só o obrigada não era suficiente, mas era o que eu tinha, então disse o muito obrigada amigas por investirem em mim e na missão que Deus tem me confiado e segui.
Encerrei meu tempo em Goiânia servindo na escola de inglês que foi uma benção, muito grata e saudosa por tudo que vivi ali, não foram só coisas boas e fáceis, teve muita batalha também. Teve muito processo árduo. Após um ano servindo integralmente ali, voltei pra casa pra ir pra entrevista do visto, que funciona um pouco diferente, mas fui. O que não é fácil, o medo vem, a vontade de desistir já deu as caras muitas vezes, os "e se? será que vai dar certo? Será que vou chegar? Será que não estou sonhando alto demais? Será? Será?..
Ah, outra coisa legal aconteceu também, uma igreja que nem me conhecia, soube do meu informativo através de um cliente do meu pai que "por acaso" soube que meu pai tinha uma filha missionária, e ele nos contou que a igreja dele tinha um concílio missionário e que eles poderiam talvez me ajudar, não prometeu nada mas disse que iria tentar. Um mês depois, já estava em casa, já tinha dado entrada no processo do visto recebo uma mensagem falando que a igreja aprovou a oferta e semearam na minha vida de forma bem generosa. Coisa de Deus mesmo. Muito boa. Mas confesso que pensar em tudo isso me assustou, ficava pensando com meus botões: caramba, será que eu vou conseguir chegar lá? As pessoas estão acreditando em mim, na missão, poxa eu tenho que estar a altura, servir com sinceridade de coração, Deus, eu acho que não consigo. Será que tenho fé o suficiente pra tudo isso?
Minha igreja local sempre abençoou minha vida em missões e sempre acreditaram no meu ministério. Quero dedicar esse parágrafo aqui pra eles. Como é bom ter apoio dos nossos pastores, sei que sou muito privilegiada por ter uma igreja que me abençoa, apoia e me envia. Muito obrigada bispos Rosy e Heráclito, amo a vida de vocês. E muito obrigada comunidade cristã nos teus braços por ser minha casa. Por ter acolhido a mim e mina família e caminhar conosco nessa jornada de fé.
Foi difícil esperar pelo visto, minha cabeça meio paranoica me atrapalhava demais me fazendo pensar em todas as coisas ruins que podiam acontecer. Que loucura essa questão de auto sabotagem né!? Me sentia como se estivesse em um jogo de tabuleiro esperando os dados rolarem, sem saber quando, onde e quantas casas eu poderia andar depois disso. É, esperar é sempre difícil. Mas como disse palavrantiga esperar é caminhar. Então eu tentei manter a calma, confiar sabendo que se Deus tinha um propósito pra mim lá na Irlanda do Norte as coisas iriam acontecer. Bati minha meta de livros anuais (queria ler 36 livros esse ano) assisti minha séries, gastei tempo com minha família, amigos, fui passear, enfim fui viver. Quero aprender a esperar não esperando e sim vivendo, e foi isso que tentei fazer.
Esperar o visto sair foi uma das coisas mais difíceis que já tive que fazer. Não foi fácil. Foram semanas de medo, angústia e muita incerteza. O palco certeiro pra exercer a fé. E também pra nascerem textos sobre esse tempo <Como esperar certo? Essa seria uma boa hora pro Senhor intervir, Deus e o Crer> e pra ter paciência comigo e com os meus processos. Sabe, não fomos chamados pra sermos os super crentes, mas pra crescer e desenvolver nossa salvação, fé e todos os frutos do espírito. Uma pessoa bem sábia me disse que tudo bem se eu não conseguisse esperar certo, ás vezes eu só tinha que esperar do jeito que eu conseguisse. E entendi ser um processo que precisava romper, crescer e ter um testemunho pra contar. A espera não me matou, me fortaleceu e graças a Deus por isso.
Nunca é fácil fazer a coisa certa. Ainda mais atender um chamado especial da parte do Senhor, enfrentamos tantas coisas, medos, dúvidas, incertezas mas graças a Deus que Ele é maior do que tudo isso e o que Ele nos chamou a fazer é ainda maior, a mensagem que carregamos, e no fim é tudo sobre isso. E nosso Senhor é tão generoso, companheiro, ele provê tudo o que a gente precisa. Dinheiro, oportunidades, respostas, companhia e comigo foi assim, de novo. Ele proveu companhia pra mim nesse tempo, pra jornada até chegar lá, pessoas que também estavam passando pelas mesmas coisas que eu até chegar na Irlanda (minhas amigas brasileiras, estamos juntas nessa) porque o Reino é sobre isso, sobre gente. Sou muito grata por isso. Por cada pessoa que viveu e vive esse processo comigo. Vocês estão indo comigo, ninguém faz missão sozinho. Eu poderia descrever todas as coisas que se levantaram contra mim, contra tudo isso. Foram muitos dias de medo, de incertezas, de pensar que não ia chegar que não ia acontecer. Mas é aquilo que Jó 42:2 diz que os propósitos do Senhor não podem ser impedidos!
E por último é sobre lembrar o porquê de tudo isso, o porquê de ir e deixar tantas coisas para trás: anunciar a morte e ressurreição do Senhor até que Ele venha! Até que todos tenham a oportunidade de conhecê-lo. É tudo sobre Ele e para Ele. É sobre ver essas crianças, adolescentes e jovens conhecendo ao Senhor em uma geração que é contrária a Deus e todos os seus princípios.
Antes de finalizar este texto quero pedir sua ajuda em oração, ore pelo trabalho que realizaremos aqui com os meninos e meninas, orem por nós, por nossas equipes, por recursos, força, fé e acima de tudo mais e mais revelações da parte do Senhor sobre quem Ele é e pode fazer. Amém? Muito obrigada por caminhar comigo em tudo isso!
PS: O link que compartilhei lá no início do texto está meio desatualizado. Só algumas informações como: completei 24 anos em Julho, não estou servindo mais a base de Jocum Goiânia por estar indo pra outro país e trabalhar com outra organização. O valor do visto também já consegui. E por conta de um atraso que tivemos com questão do visto minha data pra chegar lá foi flexibilizada. Agora toda a história de como foi o processo e tudo o mais e o restante dos valores e prazos estão certos.
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