Eu não sou melhor do que ninguém por estar e frequentar
uma igreja. Não sou mais correta ou mais digna do amor de Deus por não beber,
fumar, me drogar, me relacionar sexualmente com alguém, xingar e dentre todas
as outras coisas que consideramos errado e pecado. Não quero realizar e nem
muito menos fazer um monte de coisas que considero certas e o meu dever como
cristã, se no meu coração não há o desejo sincero de prosseguir assim. Não
quero ser e nem me esforçar para me considerar e ser considerada um exemplo de
pessoa, cristã, filha e qualquer outra coisa que eu seja. Por que isso me
escraviza, me faz pensar que eu não posso errar ou demonstrar fraqueza se não às
pessoas vão me considerar ruim, pecadora, suja. Mas por detrás de toda cortina,
existe aquilo que realmente sou: alguém pecador que carece da graça e glória de
Deus. Assim como todo ser humano que habita a face da terra.
O fato de estar em uma igreja, ter abandonado certas
práticas e me “esforçar” para fazer o certo, aquilo que Jesus ensina não me
difere em nada de alguém que não está em uma comunidade de fé, não me coloca em
um patamar superior, onde olho para os meus semelhantes (que passam a não ser
tão semelhantes assim) pensando que sou melhor. Sou a mesma coisa. Agora em um
lugar diferente. O meu dever em ação hoje é mostrar para as outras pessoas que
ainda não viram e não foram convertidas ao evangelho, que existe salvação,
existe um caminho, tem como abandonar o pecado. Existe um amor que nos ama não
baseado naquilo que a gente faz de certo, não no nosso valor para a sociedade
ou por quanto temos financeiramente, mas algo que independe de nós. E a única
coisa que nos separa desse amor que nos ama sem merecermos, é o pecado que nos
impede de termos comunhão com o nosso criador soberano, gracioso e glorioso.
Não quero realizar grandes feitos “espirituais” e
corretos se no meu coração não há o desejo sincero que os motive, não quero ter
um ministério se isso me fizer pensar que sou melhor do que alguém, pelo fato
de saber um pouquinho sobre Deus que o outro ainda não aprendeu, se isso me
fizer agir como o filho que ficou da parábola do filho pródigo, ou como Caim
que não queria que Deus fosse do outro também, mas só dele.
Não quero que essa iniquidade toda que existe em mim e
que carece de arrependimento e perdão, seja escondida por uma espiritualidade
pecadora que o Senhor abomina.
Ah Senhor, livra-me de mim! Livra-me dos esforços inúteis
que faço achando que estou mais perto de Ti, achando que estamos tendo comunhão
ou que encontrei algo maior para que existir por estar trabalhando na obra, e
me esquecer que minha existência tem todo o sentido porque o meu salvador vive
e isso já é suficiente, a obra é uma consequência e não aquilo que motiva a
minha vida aqui.
Não permita que essas palavras sumam da minha mente e do
meu coração porque eu dormi ou me esqueci. Mas que isso tudo que está se
passando dentro de mim nesse exato momento se perpetue e me leve a um lugar
alto em Jesus. Um lugar em que não tenha que me esforçar demais para fazer as
coisas cristãs que penso está realizando, como: orar, ler a palavra, ir à
igreja e até mesmo evangelizar.
Faça-me falar do teu amor para as pessoas não porque me
sinto superior a elas e esse é o meu dever, mas porque somos iguais e um dia o
Senhor me salvou me fazendo ver que existe um amor que nos resgata de nós
mesmos. Que nos purifica de todo pecado e iniquidade que há em nós.
Livra-me de toda essa santidade mascarada por um pecado escondido
chamado iniquidade
Que forte Mari... é exatamente como me sinto.
ResponderExcluirIsso me faz lembrar de uma ministração com o tema "Há pecado na santidade?" depois procura no youtube.
Beijinhos.
Gkória a Deus Fabi. Escrevi esse texto exatamente após ver essa ministração, me impactou muito. Deus abençoe vc, obrigada por ler meu blog! beijo.
Excluir