Faz algum tempo que recebo um conselho — um feedback bem específico — das pessoas mais próximas a mim. E, claro, toda reflexão acaba virando texto (ou quase todas), então aqui estamos. O conselho/feedback é: "Celebre, Mari." Ou: "Está faltando mais celebração." E eu concordo com essas falas. Não sei por que celebrar as coisas da minha vida sempre foi tão difícil. Acredito que é porque estou sempre preocupada e focada na próxima coisa — seja na lista de afazeres, em alguma resolução, seja no motivo da minha mais recente ansiedade — ou talvez em algo ainda mais profundo, que eu não parei para sentar e sentir, tentando encontrar a raiz. E quando falta celebração, sinto-me insatisfeita, infeliz, ranzinza, e até esqueço de contemplar o quanto Deus tem feito na minha vida. É tão fácil olhar para a vida dos outros e celebrar suas conquistas, mas é tão complicado quando se trata de nós mesmos — pelo menos para mim. Acho que, no fundo, eu sempre fico esperando "qu...
Todo o meu tempo na Irlanda do Norte e também o meu tempo de terapia — mais de dois anos e meio nesse processo todo — me transformaram. Ao passar por esse processo terapêutico, me tornei aquela pessoa que indica terapia para todo mundo. E realmente é muito bom conversar com um bom profissional, e melhor ainda é ouvir as palavras que proferimos, prestando atenção e tomando consciência de nós mesmos, dos nossos sentimentos e das nossas responsabilidades como pessoas adultas. Não diria que é um processo fácil ou sempre prazeroso, porque, na verdade, em muitos momentos é doloroso e nada prático. Quando tomamos consciência do porquê pensamos do jeito que pensamos, e de como fazemos nossas interpretações, é libertador — mas também desafiador. É aquela coisa de assumir responsabilidade por suas ações e reações. Mas, ao compreender tudo isso, o processo se torna muito gostoso, ainda que difícil. As melhores coisas da vida realmente nos custam (e ainda bem por isso). Ao fazer terapia, não dir...