Se formos parar para refletir bem sobre a vida, perceberemos que muito dela é vivido na rotina — as mesmas coisas de sempre, feitas quase todos os dias. E assim, cada segundo, cada minuto que passa parece ser irrelevante no esquema geral das coisas, até percebermos que eles são toda a nossa existência — breve, mas não tão rápida. O mês de outubro tem sido um mês de manutenção por aqui. Acabei de me mudar para um novo apartamento e, entre comprar novos móveis, esperar chegar e lidar com muita bagunça, percebi o quanto a vida é sobre manutenção . Hoje limpamos a casa, para logo fazermos de novo. Estendemos as roupas no varal, para logo recolhê-las. E assim vai acontecendo todos os dias — ou, pelo menos, quase todos. E não falo isso como algo ruim ou negativo; pelo contrário, me considero uma pessoa fã de rotina. Ou melhor dizendo: não a amo de paixão, mas temos um relacionamento amigável. É aquela coisa de que pensamos odiá-la até começarmos a fazer algo diferente todos os dias ou tod...
Até os meus 19 anos, casar era um sonho muito grande no meu coração. Não diria que era o maior sonho da minha vida, já que morar fora ocupava o primeiro lugar dessa lista. Assim como muitas meninas jovens, sempre gostei de livros e filmes românticos — li e assisti a muitos — e fui bastante influenciada por essa ideia hollywoodiana sobre o amor. Após os meus 19 anos e minha primeira desilusão amorosa (gostar de alguém que não correspondeu aos meus sentimentos), passei a dizer que me casaria com um gringo de olhos azuis. Não sei bem de onde tirei essa ideia ou essa possibilidade, já que morava no Brasil e não tinha nenhuma condição financeira de fazer intercâmbio nem nada parecido. Hoje, olhando para trás, penso que foi uma forma do meu coração se proteger de outra rejeição — desejando algo tão distante e improvável, as chances de me ferir eram mínimas. Então, passei a nutrir esse sonho, ou melhor, essa ideia, no coração. Ao longo dos anos, fui bastante confrontada por pessoas próximas...