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Mostrando postagens de 2025

Junho: Romantizar o fim e fazer terapia

Todo o meu tempo na Irlanda do Norte e também o meu tempo de terapia — mais de dois anos e meio nesse processo todo — me transformaram. Ao passar por esse processo terapêutico, me tornei aquela pessoa que indica terapia para todo mundo. E realmente é muito bom conversar com um bom profissional, e melhor ainda é ouvir as palavras que proferimos, prestando atenção e tomando consciência de nós mesmos, dos nossos sentimentos e das nossas responsabilidades como pessoas adultas. Não diria que é um processo fácil ou sempre prazeroso, porque, na verdade, em muitos momentos é doloroso e nada prático. Quando tomamos consciência do porquê pensamos do jeito que pensamos, e de como fazemos nossas interpretações, é libertador — mas também desafiador. É aquela coisa de assumir responsabilidade por suas ações e reações. Mas, ao compreender tudo isso, o processo se torna muito gostoso, ainda que difícil. As melhores coisas da vida realmente nos custam (e ainda bem por isso). Ao fazer terapia, não dir...

Maio: Terminar bem e fim de ciclos

Este ano, tomei a decisão de não continuar na Irlanda do Norte após o vencimento do meu visto. Eu nem estava noiva ainda, e foram muitos os fatores que me levaram a essa decisão — que não vêm ao caso agora. A questão é que decidi encerrar meu tempo aqui (vou escrever mais sobre isso depois, foi e tem sido um tempo muito importante na minha vida).  Já mencionei em outros textos que o fim das coisas sempre é difícil para mim. Tenho um verdadeiro apego àquele versículo de Eclesiastes que diz que “melhor é o fim das coisas do que o início delas”. Tenho refletido sobre isso mais uma vez. Já foi dito que a única constante na vida é a mudança — e eu não poderia concordar mais, especialmente agora. Minha vida está prestes a mudar mais uma vez. Lidar com mudanças e com o fim de ciclos sempre envolve muitas coisas, e uma delas é a nossa saúde emocional. Para me ajudar com isso, o processo terapêutico tem sido indispensável. Desde que cheguei aqui, comecei a fazer acompanhamento psicológico ...

Abril: Ficar noiva, ir para Paris e o contentamento

Nada acontece do nada na vida de ninguém — algo que, no fundo, todos sabemos, mas que de vez em quando precisamos nos lembrar. Pensei em escrever tantas coisas, mas me pareceu uma justificativa, ou uma explicação, compartilhar como e por que tive a oportunidade de viajar e conhecer mais um país incrível. É estranho sentir quase uma culpa, como se eu precisasse pedir permissão, dado o meu contexto de vida aqui em Belfast e o que vim fazer (alô, terapia!). Assim como nada acontece do nada na vida de ninguém, a vida também não é feita só de luta atrás de batalha (graças a Deus!). Podemos, sim, aproveitar as coisas muito boas que nos acontecem às vezes — na verdade, todos os dias —, embora nem sempre consigamos enxergar. Abril foi um mês que não prometeu nada e entregou tudo: fui pedida em casamento com uma surpresa linda e tão a nossa cara (meu fofinho é demais!) e tive a oportunidade de conhecer Paris com a minha amiga Maressa. Para quem olha de fora, pode parecer que a minha vida é ...

Março: Rotina, relacionamentos e outros pensamentos

                                       (Foto da minha rotina de atividades com as crianças) Outro dia, estava lendo um texto que nem cheguei a publicar sobre rotina, algo bem poético, sobre um dia que andei num parque. O fato de o dia estar lindo me fez refletir sobre a rotina, as coisas comuns e tal. E o texto tinha um desfecho bem bonito. Foi escrito há quase um ano atrás e, no meu momento presente, achei meio piegas. Pois a rotina, nesses últimos dias, para mim, não tem sido nada bonita ou legal. Tá, eu até entendo meu ponto nesse outro texto sobre a vida ser ordinária e acontecer justamente em dias comuns, e o quanto a gente espera por coisas grandes para sermos felizes e considerarmos um bom dia, e por aí vai. Só que a questão também é que a vida pode ser bem chata e entediante às vezes. E o que a gente faz quando essa sensação perdura? Ouvi uma vez em um podcast que falava justament...

Fevereiro: celebrando Dia dos Namorados pela 2 vez, casamento de amigos e lidar com o luto

Fevereiro não promete nada e entrega tudo: 28/29 dias que passam rápido. Mais uma vez vivemos o segundo mês do ano que mal começando já foi lançando logo 10 dias e quando se viu, já estamos na última semana. Foi um mês curto, breve e cheio de acontecimentos. Celebrei o meu segundo Dia dos Namorados, namorando. Por essas bandas de cá é celebrado no dia 14/02. O que na real é uma grande bobeira, porque essas datas comemorativas acabam sempre tendo um fundo comercial que perde a graça, o gostoso mesmo é viver o dia a dia, a mensagem que nos pega de surpresa ao fim do expediente, perguntando como a vida me tratou, como foi aquela reunião no trabalho ou se consegui ir para a academia. Dia dos Namorados é quando posso passar um tempo de qualidade com o fofinho estando no mesmo espaço geográfico (quem namora `a distância vai entender ainda mais o que estou falando), e toda essa reflexão que cabe para todas as outras datas comemorativas. Não sou uma pessoa amargurada, ok? Celebramos esse d...

Janeiro: fazer algo pela primeira vez e aprender a ser flexível

       Creio que todo mundo em algum momento da vida já ouviu alguém falar sobre como  é gostoso fazer algo pela primeira vez, ou perguntando quando que foi a última que fizemos algo pela primeira vez. O mês de janeiro, sem dúvidas, e` um mês longo e para o hemisfério norte, frio e escuro. E foi nesse mês que fiz duas coisas pela primeira vez: fui a um jogo de hóquei e entrei para academia. O primeiro foi graças ao convite de uma amiga querida, e o segundo, o convencimento em terapia de que precisava fazer exercícios para o bem do meu corpo e da minha mente.        é   muito gostoso fazer algo pela primeira vez, principalmente quando não se tem aquela expectativa de ficar tentando pensar em como tudo será antes de viver a experiência, e só ir e viver tudo na íntegra. Foi assim com o jogo de hóquei, e tive uma noite surpreendente.       Sobre entrar para a academia; não posso dizer que gosto, que estou super empolgada, só ...

Leituras de 2024

       Uma coisa muito ruim que acontece depois da gente ler um livro muito bom, é  a sensação que fica de uma ressaca literária, pensando nisso resolvi reunir uma lista das minhas leituras de 2024 para te ajudar, se você está passando por um momento desse ou ainda, se estiver precisando de indicações:  1- A vida invisível de Addie Larue (fantasia). 2- I made a mistake. 3- Gente ansiosa (primeiro livro que li desse autor e me apaixonei). 4- Só o amor machuca assim. 5- The Midnight library (fantasia, dramático, gatilho de suicídio) 6- Meredith alone (adoecimento mental e leitura acolhedora). 7- De repente adulta, 8- The meaning of marriage (primeiro livro que li sobre casamento e gostei muito, bem-conceituado e com conselhos valiosos). 9- Living in the faithfulness of God. 10-Desencontros a beira mar. 11-Onde mora o amor. 12- The housemaid ((trilogia) suspense psicológico). 13- The housemaid’s secret. 14- Never lie (plot ‘twist’ i...

Viagem ao Brasil, Dezembro de 2024

  Ter visitado o Brasil após mais de dois anos foi, sem dúvida, uma das melhores coisas que aconteceram em 2024. Nunca imaginaria as coisas que O Senhor faria nesse tempo em Belfast, e em permitir que eu voltasse, acompanhada, para visitar minha família e amigos. Rever meus pais, amigos, cidade, comer da culinária brasileira, comidinha de mãe, foi um consolo ao meu coração. E é estranho voltar pra um lugar onde eu nasci e não ter mais o sentimento de que esse lugar é minha casa, meu lugar. Talvez a experiência de morar em outro país faça isso com a gente. De ver e experimentar como o mundo é grande e como a vida é curta, mas ao mesmo tempo suficiente pra gente visitar muitos lugares.  Ver o Gideon conhecer de perto as coisas que eu falava pra ele foi muito especial. Ver o quanto somos hospitaleiros, acolhedores e como temos orgulho do nosso país, apesar dos pesares. Ouvi-lo aprender novas palavras, toda interação com as minhas pessoas foi muito gostoso. Como é bom amar e ser a...